sábado, 7 de julho de 2007

Terra à vista


Depois de dois dias de vento F7, com o barco mergulhando a proa a cada onda, às 19:00 do dia 27, avistamos terra. Todo mundo conhece o sentimento de ver terra dpois de muitos dias no mar, de livros, filmes. O barco está surrado, não podemos ligar o motor de boreste pq enroscou um cabo no hélice, o chão está salgado, a luminária caindo, o teto solto, a tripulação sofrida, com sono, dor no corpo, as ondas altas ainda cobrindo o barco cansado, mas a terra aparece no meio da neblina. É terra mm! O Cabo de São Vicente, tão falado desde o século XVI. É ele! Então, os eletrônicos estavam corretos. Conseguimos trazer o barco até a Europa. Já dá para ver as escarpas, e o farol. É o continente. Olha a Escola de Sagres! O farol acende quando passamos. Há mais de 500 anos, os navegadores partem daqui, cheios de alegria e esperança; e chegam aqui, cansados, molhados e contentes da missão cumprida.
Precisamos parar para desenroscar o cabo do hélice. Entramos na Baía de Lagos, perto de Portimão. Abrigo total, o mar vira piscina. Lentamente, o barco vai parando, somente 6mts embaixo da quilha. Desce a corrente, uma rezinha de nada, e estamos ancorados, em silêncio.

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