domingo, 8 de julho de 2007

28 de junho


O Ricardo me acordou às 05:45, com o dia clareando, molhado de sal, contente, com o cabo na mão, desenroscado do leme e da rabeta, pronto para a ave maria da manhã. Aproveitamos a ancoragem para fazer um café completo, na mesa, com frutas, cereais, café com leite, pão quente, manteiga e queijo. O Marcelo ressuscitou o 7mil, assim damos uma folga ao 6mil, q vem trazendo o barco sozinho há muitos dias. Saímos motorando pela Baía de Lagos. Este delivery acaba de se transformar em charter turístico pela costa sul de Portugal, de penhascos vermelhos desenhados pelas ondas e predinhos brancos. Podemos ir lá fora, conseguimos adoçar o cockpit na parada. Reina a paz, os 3 foram dormir lá embaixo nas cabines e, pela primeira vez, deixam o barco na minha mão. Vou desviando das redes, dando um toquinho no 7mil. É incrível q seja o mm mar q nos deu aquela surra ainda ontem, hoje está plácido. Temos 0.7kts de corrente, q nos empurra ao Estreito. Faltam ainda umas 16 horas para a fronteira espanhola. Na novela do rádio de hoje, um veleiro pediu May Day ali fora do Cabo de San Vicente, foi aquele rebuliço no canal 16. A última notícia q ouvimos dava conta d q um navio já estava avistando o veleiro, flutuando, e seus 3 tripulantes na coberta. Depois, ñ soubemos mais nada. As novelas do rádio a bordo ñ são prós como as da Globo: sempre têm “meio”, mas freqüentemente falta o começo, e quase nunca têm fim.

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